Qual a importância e o papel social das políticas educacionais?
As políticas sociais são medidas/projetos traçadas pelo Estado para diminuir as contradições desenvolvidas na sociedade pelo capitalismo, provenientes das suas crises. Assim, as políticas sociais tem como objetivo regular e controlar essas contradições, consequentemente mantendo a hegemonia do sistema vigente. Nesse contexto a educação, segundo Gramsci, pode ser vista como um aparelho ideológico do Estado, logo um dos mecanismo de controle das massas. As políticas educacionais são sim fundamentais para a promoção da ideologia capitalista. Entretanto, a sua importância não se encontra apenas na promoção de uma vertente de pensamento, mas também porque a educação é um forte mecanismo de libertação e transformação social e muitas vezes políticas educacionais que vão para além da lógica neo-liberal proporcionam um desenvolvimento social grande. Vale ressaltar que as políticas educacionais dizem muito sobre como os Governantes do momento enxergam a função da educação na sociedade, uma vez que essa visão vai está presentes nas ações implementadas. Uma administração que percebe a educação como apenas para o campo do trabalho vai investir em cursos técnicos e educação profissional.
Como as políticas Educacionais podem permitir a emancipação humana?
As políticas educacionais podem permitir a emancipação quando elas se desprendem das correntes do capitalismo, possibilitando que a população, principalmente a classe operaria tenha acesso a todo tipo de conhecimento e que esse conhecimento não seja restrito apenas para o mercado de trabalho, pois esse tipo de medida limita a participação das camadas populares na sociedade, os quais acabam por apenas ocuparem posições baixas na cadeia trabalhista. Uma escola pública unitária, que busque a formação ampla e contínua (educação para a vida toda), a qual leva em conta as múltiplas necessidades dos seres humanos e principalmente seja um espaço de cítica acerca da realidade da sociedade é o horizonte, a meta de política educacional para o desenvolvimento do ser humano na sociedade.
Qual o objetivo de Entidades Mundiais falaram e querem ditar um modelo "ideal" de educação?
Como abordado acima a educação é um instrumento de desenvolvimento, mas não apenas da psiquê humana, mas também econômico e social. Dessa forma, é de grande interesse de entidades mundiais ditarem como ela deve ser estruturada, buscando alterar aquilo ao favor do capital e das grandes empresas, com o objetivo de melhorar as demandas das classes dominantes. Podemos citar como uma entidade mais influenciadora desse processo o Banco Mundial. Uma organização que nasces no pós-guerra, o qual financia mais de 176 países, incluído o Brasil. Quem define as políticas do Banco Mundial são apenas 5 países (EUA, Japão, Alemanha, França e Reino Unido), países dominantes.
Porque o Banco Mundial estaria preocupado com questões educacionais?
Um dos grandes problemas gerado pela crise estrutural do capitalismo é a pobreza, a qual pode gerar um clima desfavorável aos negócios, assim, com o disgnóstico de um bilhão de pobres (nos anos 80-90) o banco encontrou na educação uma forma de conter a pobreza, por meio de "ajuste com caridade". Usando como modelo o as conclusões da Conferência Internacional de Educação para Todos (Jomtien-1990) e elaborou suas diretrizes políticas para as décadas seguintes, com o nome de "Prioridades Estrategias para a Educação".
REFERÊNCIAS
FACEIRA, Lobélia da Silva - Estado, Política Educacional e Cidadania: política educacional no contexto neoliberal. In: Revista Universidade e Sociedade, Nº22 - ANDES, Sindicato Nacional dos Docentes de Nível Superior, Brasília - DF, 2000.
LEHER, Roberto. Um novo senhor da educação? A política educacional do Banco Mundial para a periferia do capitalismo. In: Revista Outubro, Edição 3º, pg. 19-30, Rio de Janeiro -RJ, 02/1999.
SHIROMA, Eneide Oto (organizadora); MORAES, Maria Célia e EVANGELISTA, Olinda. Política Educacional. 4º Edição, Rio de Janeiro: DP&A, 2004.