segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Estudo dos Substantivos

1. SUBSTANTIVO
É uma classe variável das palavras, nomeando (NOME) os seres reais e imaginários. Dividido em 9 subgrupos: 
  • a) simples = que apresenta apenas um radical (garoto, árvore, cidade, mesa). 
  • b) composto = que apresenta mais de um radical (peixe-boi, bem-ti-vi).
  • c) comuns = que nomeia os seres de um mesmo grupo, nomeando a totalidade (homem, atleta). 
  • d) próprios = nome próprios (Pedro, Carlos, Brasil, Ceará).
  • e) primitivos = não se originam de outra palavra (laranja, pedra, trabalho, árvore). 
  • f) derivados = formam-se a partir de um primitivo  (laranjeira, pedreira, trabalhador, arvoredo).
  • g) concretos = nomeia um ser imaginário ou real, de natureza independente (chuva, saci, cadeira). 
  • h) abstratos =  nomeia uma ação, qualidade ou estado (fuga, bondade, ternura, felicidade). 
  • i) coletivo = indicam um conjunto de seres (batalhão -de soldados-, alcateia -de lobos-). 


Flexão dos substantivos: é uma propriedade que os substantivos possuem de indicar gênero, número e grau. 

-Flexão de gênero = Classificação das palavras Feminina ou Masculina. Como regra geral as palavras Masculinas são marcadas pela desinência -o, e as Femininas por -a. 
Há substantivos que não sofrem flexão para indicar o gênero, sendo chamados de substantivos uniformes
  • Comum de dois = a oposição Mas/Fem é indicada pelo artigo que acompanha (Esse/Essa dentista, Bom/Boa cliente). 
  • Sobrecomuns = designam tanto seres do sexo masculino quanto do feminino, sem que haja marca gramatical para indicar oposição (a vítima -ele ou ela-, a testemunha, a criança). 
  • Epicenos = Designam certos animais com a proposição dos adjetivos macho e fêmea (água macho - águia fêmea).  
-Flexão de número = Singular e Plural, é por meio da terminação que o substantivo nos indica se há um ou mais seres envolvidos. Geralmente o plural dos substantivos é indicado pelo 'S' (árvores, casas, canetas, canecas. Porém, 
  1. há plurais formados por 'NS', quando o substantivo é terminado em 'm' (folhagem - folhagens).
  2. Os substantivos terminados em 'al', 'el', 'ol' e 'ul' trocal o 'L' por 'IS' (varal -varais, tonel- toneis).
  3. Terminados em 'S', 'R' e 'Z' recebem 'ES' (radar - radares). 
  4. Os terminados por 'IL' trocam por 'IS' - nas oxítonas- e 'I' por 'EIS' - não oxítonas (barril - barris, réptil - répteis). 
  5. Os terminados em 'X' são invariáveis (o tórax - os tórax, a xérox - as xérox). 
  6. Os terminados por 'ÃO' trocam por 'ÕES' ou 'ÃES' ou 'S' (barão - barões, pão - pães, irmão - irmãos). 
Plural Metafônico = Alguns substantivos, no plural, trocam o 'o' tônico fechado pelo 'o' tônico aberto (miolo - miolos, fogo - fogos). 

Substantivos que só apresentam a forma plural = Os pêsame, As férias, As núpcias, Os parabéns. 

Plural dos substantivos compostos
  1. Colocação do 'S' nos dois elementos (segunda-feira > segundas-feiras).
  2. Variação só do primeiro elemento quando entre os dois elementos há uma preposição (água-de-colônia > águas-de-colônia, joão-de-barro > joões-de-barro) ou quando o segundo elemento indica a finalidade (caneta-tinteiro > canetas-tinteiro). Nesse caso do segundo elemento representar a finalidade do primeiro cabe também os dois termos ficarem no plural. 
  3. Variação só do último elemento, quando o primeiro elemento é verbo ou palavra invariável (beija-flor > beija-flores, vice-rei > vice-reis), ou quando o substantivo é formado de palavras repetidas ou onomatopeicas (corre-corre > corre-corres). Nesse ultimo caso também se admiti os dois elementos no plural (corre-corre > corres-corres). Há também o caso dos 'grão', 'grã' e 'bel', colocando no plural apenas o segundo elemento (grão-duque > grão-duques, bel-prazer > bel-prazeres). 
  4. Há substantivos compostos que são invariáveis: Os compostos de verbos de significados opostos (o perde-ganha > os perde-ganha), os compostos de verbos seguidos de palavras invariáveis (o bota-fora > os bota-fora, o pisa-mansinho > os pisa-mansinho), os compostos de verbo seguido de palavra no plural (o saca-rolhas > os saca-rolhas). 

domingo, 19 de janeiro de 2020

Fonemas

Conceito de fonema: 
Fonema são as menores unidades sonoras da fala. São os sons que articulados e combinados formam as sílabas. 
Representação dos fonemas: 
Na língua escrita, os fonemas são representados por signos ou sinais gráficos chamados de letras. Chamamos o conjunto de letras de alfabeto.
Algumas características dos fonemas: 

  •  A mesma letra pode representar fonemas diferentes;
  • O mesmo fonema pode ser figurado por letras diferentes; 
  • um fonema pode ser representado por um grupo de duas letras (dígrafo); 
  • Há letras que, às vezes, não representam fonemas; funcionam apenas como notações léxicas;
Classificação dos fonemas: 

VOGAIS = a, é, ê, i, ó, ô, u. 
SEMIVOGAIS = são os fonemas /i/ e /u/ átonos que se unem a uma vogal, formando uma só sílaba. 
CONSOANTES 

**Na língua portuguesa, a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a formação da sílaba. As consoantes e as semivogais são fonemas dependentes: só foram sílabas com o auxilio das vogais. 

Encontro Vocálicos!
DITONGO = É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa, na mesma sílaba. 
TRITONGO = É o conjunto semivogal + vogal + semivogal, formado uma só sílaba (iguais, averiguei).
HIATO = É o encontro de duas vogais fortes, formando sílabas diferentes (do-er, la-go-a). 

Encontros Consonantais! 
*Encontro consonantais é a sequencia de dois ou mais fonemas consonânticos numa palavra. Na mesma sílaba ou em sílabas diferentes. 
DÍGRAFOS = Duas consoantes representando apenas 1 (UM) fonema (ch, lh, nh, rr, ss, gu, qu, sc, sç, xc). 

Exercício
  1. separe as palavras abaixo em 3 colunas: ditongos, tritongos e hiatos:
    equestre - ciúme - radiouvinte - mínguam - fortuito - poético - quaisquer - aquático - reagir - pessoa - guaicuru - averiguou
Ditongos: Ra-di-ou-vin-te, for,tui-to, aquá-ti-co, e-ques-tre, mín-guam. 
Tritongo: a-ve-ri-guou, quais-quer, guai-cu-ru.
Hiatos: Ci-ú-me, Po-é-ti-co, re-a-gir, pes-so-a.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Fichamento: A organização escolar no Brasil Colônia

RIBEIRO, M. L.S. História da educação brasileira: a organização escolar - 17ª ed.- Campinas, SP: Autores Associados, 2001.

*1º capítulo*
A organização Escolar no contexto da consolidação do modelo agrário-exportador (1549-1808)

1. A fase jesuítica da escolarização colonial

A partir das dificuldades encontradas com o modelo das capitanias hereditárias, foi instaurado o Governo Geral. Dentre as novas "propostas" ditadas por Dom João III é a conversão dos indígenas a fé católica pela Catequese e pela instrução. Assim, chegam nas terras brasileiras Tomé de Souza, 4 padres e 2 irmãos jesuítas, com a chefia de Manoel da Nóbrega (Ribeiro, 2001). 
Percebe-se por estes poucos fatos, que a organização escolar no Brasil-colônia está, como não poderia deixar de ser, estreitamente vinculada à política colonizadora dos portugueses (p.18). 
Entretanto, é importante ressaltar que a educação não chegou a se escolarizar, devido a estrutura social primitiva dos índios. Outro ponto que deve ser destacado é a função que a colônia brasileira tinha para Portugal, o qual era a obtenção de lucros e a população da colônia deveria trabalhar para a obtenção de lucros. 
O rápido esgotamento das matas costeiras de pau-brasil, a impossibilidade da população indígena produzir algo que interessasse ao mercado europeu [...] fizeram com que o governo português abandonasse a orientação de colonizar através da ocupação. [...] Obrigatório se tornou empreender a colonização em termos de povoamento e cultivo da terra (p.20).
 Assim, a educação na  colônia foi ditada nesse período a partir dos interesses do mercado, atendendo as conversões das camadas dirigente, no caso a burguesia portuguesa. 

Uma pergunta feita pela autora é: "Caberia aos jesuítas apenas a educação da população indígena ? A quem caberia a educação do outros setores  da população? Outras ordens religiosas ou leigos deveriam disto  se incumbir?" (p.21). Segundo o primeiro plano educacional brasileiro, elaborado por Manoel da Nóbrega há a intensão de catequizar e instruir os indígenas, porém aparece a necessidade de incluir os filhos dos colonos, já que os jesuítas eram os únicos educadores presentes.
O plano de estudos propriamente dito foi elaborado de forma diversificada, com o objetivo de atender à diversidade de interesses e de capacidades. Começando pelo aprendizado do português, incluía o ensino da doutrina cristã, a escola de ler e escrever. Daí em diante, continua, em caráter opcional, o ensino de canto orfeônico e de música instrumental, e uma bifurcação tendo em um lado o aprendizado profissional e agrícola e, de outro aula de gramática e viagem de estudos à Europa (p.22). 
Nesse período também houve o interesse de engajar os mestres religiosos indígenas na fé cristã, por meio da formação sacerdotal católica, entretanto, os índios não se adequaram, o que influenciou na proposição de um curso profissional e agrícola (p.22).
O plano legal (catequizar e instruir os índios) e o plano real se distanciam. Os instruídos serão descendentes dos colonizadores. Os indígenas serão apenas catequizados (p.23).
A catequese não tinha apenas um interesse religioso envolvido, havia também um interesse econômico, pois o índio se tornava um humana mais "dócil", logo alguém que poderia ser melhor aproveitado como mão-de-obra. Vale ressaltar que a mulher tinha uma educação voltada para as boas maneiras e prendas domésticas.
A elite era preparada para o trabalho intelectual segundo um modelo religioso (católico), mesmo que muito de seus membros não chegassem a ser sacerdotes. Isto porque, diante do apoio real oferecido, a Companhia de Jesus se tornou a ordem dominante no campo educacional. Isto, por sua vez, fez com que os seus colégios fossem procurados por muitos que não tinham realmente vocação religiosa mas que reconheciam que esta era a única via de preparo intelectual (p.24).
Assim, a educação oferecida pelos Jesuítas era focada na elite colonial, marcada por grande rigidez, tanto na forma de pensar, como na forma de enxergar ao mundo. Isto tem influência dos movimentos de Reforma e Contra-reforma que ocorreram na Europa, o qual Portugal permaneceu do lado da Igreja Católica, lutando contra a heresia (p.25).
Planejaram, e foram bastante eficientes em sua execução, converter, por assim dizer, seus alunos ao catolicismo, afastando-os das influências consideradas nocivas. É por isso que dedicavam especial atenção ao preparo dos professores - que somente se tornam aptos após os trintas anos-selecionavam cuidadosamente os livros e exerciam rigoroso controle sobre as questões a serem suscitadas pelos professores, especialmente em filosofia e teologia. Um trecho de uma das regras do Ratio diz o seguinte "se alguns forem amigos de novidades ou espíritos demasiado livre devem ser afastados sem hesitação do serviço docente". 

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Tempo e modo verbal

Tempo: Os tempos verbais indicam o momento com que ocorre a ação do verbo (presente, passado, futuro, ... )


Modo verbal: Característica as várias formas como podemos utilizar o verbo, dependendo da significação que pretendemos dar a ele. Há 3 modos: Indicativo, Conjuntivo/Subjuntivo e Imperativo

Indicativo = Ação que provavelmente irá acontecer, uma certeza. 

  • compro 
  • comprei 
  • comprava 
  • comprara (tinha comprado)
  • compraria 
Conjuntivo/Subjuntivo = expressa a dúvida, a incerteza, remotas incerteza. 
  • compres 
  • comprasses 
  • deixe-me comprar
Imperativo = Com ele nos dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que queremos que esta pessoa faça. Pode indicar uma ordem, um pedido, um concelho. 
  • compra 
  • comprai 

Predicado e seus tipos

*Predicado Verbal: informa um processo, uma ação, acontecimento. Por informar um processo, o predicado verbal contém um verbo significativo, ou seja verbo intransitivo ou transitivo.

-As árvores florescem na primavera.

 ¹ As árvores = sujeito simples 
 ² Florescem = verbo intransitivo (por não necessitar de complemento). 
 ³ Florescem na primavera = predicado verbal 
A frase está informando um acontecimento que é o florescimento das árvores na primavera. 

- Os pássaros fizeram seus ninhos no telhado da casa. 

 ¹ Os pássaros = sujeito simples. 
 ² Fizeram = verbo transitivo direto (há necessidade de complemento, mas não necessitam de preposição para ligar o objeto ao verbo). 
 ³ Fizeram seus ninhos no telhado da casa = predicado verbal. 
No  predicado verbal o núcleo é o próprio verbo, o qual pode ser transitivo ou intransitivo. 
*Predicado nominal: Informa um estado, uma característica. Dessa forma, contém um verbo de ligação.  

- A criança ficou fascinada pelo palhaço. 

¹ A criança = sujeito simples. 
² Ficou = verbo de ligação. 
³ Ficou fascinada pelo palhaço = predicado nominal.
⁴  Fascinada = a característica atribuída ao sujeito. A criança fascinada. 

- O calor permaneceu intenso mesmo depois da chuva. 

¹ O calor = sujeito simples. 
² Permaneceu = verbo de ligação. 
³ Permaneceu intenso mesmo depois da chuva = predicado nominal.
⁴  intenso= a característica atribuída ao sujeito. 
Nesse caso o Predicativo do Sujeito é a característica atribuída ao sujeito. Sendo o núcleo do predicado nominal o predicativo do sujeito. 
*Predicado Verbo-Nominal: Informa um processo e um estado. É como se fosse a junção de duas orações, uma com predicado verbal e a outra com o predicado nominal. Contém 2 um verbo significativo (transitivo ou intransitivo) e um verbo de ligação, o qual pode está subentendido. 

- Os meninos voltaram tarde para casa,* cansados. 

 ¹ Os meninos = sujeito simples. 
² Voltaram= verbo intransitivo. 
³ Voltaram tarde para casa, cansados = predicado verbo-nominal.
⁴  * = Verbo subentendido Estava, o qual é de ligação.
⁵ Cansados = característica atribuída ao sujeito. Os meninos estavam cansados.
Nesse caso do predicado verbo-nominal há dois núcleos, o verbo e o predicativo do sujeito. 
Predicativo do objeto: no predicativo verbo-nominal pode aparecer um predicativo do objeto.

- O Rapaz julgava o amigo sincero.
 ¹ O Rapaz = sujeito simples. 
² Julgava = verbo transitivo direto. 
³ Julgava o amigo sincero = predicado verbo-nominal.
⁴  Sincero = característica atribuída ao objeto "amigo". 
O predicativo do objeto tem um sentido ambíguo algumas vezes nas orações, como é o caso do exemplo acima. Além disso, ele caracteriza o objeto e não mais o sujeito, como era o caso do predicativo do sujeito. 

OBSERVAÇÃO.
>  O verbo chamar admiti predicativo do objeto indireto. É o único caso.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Gestão Democrática

HORA, Dinair Leal. Gestão democrática na escola. Artes e ofício de participação coletiva, 1994.

--Democratização das relações organizativas no interior da escola (p.49)

"A gestão democrática em educação está intimamente articulada ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos, de classe, dos trabalhadores, extrapolando as batalhas internas da educação institucionalizadas, e sua apropriação da riqueza e dos benefícios que transcendem os limites da ação da escola."

"A possibilidade de uma ação administrativa na perspectiva de construção coletiva exige a participação de toda a comunidade escolar nas decisões do processo educativo, o que resultará na democratização das relações que se desenvolvem na escola, contribuindo para o aperfeiçoamento administrativo-pedagógico."

"Os que defendem a administração participativa têm como objetivos quatro pontos essenciais:
a) a extração do autoritarismo centralizador; 
b) a diminuição da divisão do trabalho que reforça as diferenças e os distanciamentos entre os segmentos sociais; 
c) a eliminação do binômio dirigentes e dirigidos; 
d) a participação efetiva dos diferentes segmentos sociais na tomada de decisões, conscientizando a todos de que são autores da história que se faz no dia-a-dia"

"Através da administração participativa, o indivíduo passa a assumir a responsabilidade de suas ações, com o poder para influir sobre o conteúdo e a organização dessas atividades."

"Compreendo que a administração participativa não ocorrerá espontaneamente. No âmbito da escola, especificamente, é necessário que seja provocada, procurada, vivida e apreendida por todos os que pertencem à comunidade escolar - diretores, técnicos, professores, alunos, funcionários, pais, comunidade em geral." 

LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional. – 2. ed. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2018. 58 p.

Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público.

No Ensino Superior 
Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional. 

Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha de dirigentes.