segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Estudo dos Substantivos

1. SUBSTANTIVO
É uma classe variável das palavras, nomeando (NOME) os seres reais e imaginários. Dividido em 9 subgrupos: 
  • a) simples = que apresenta apenas um radical (garoto, árvore, cidade, mesa). 
  • b) composto = que apresenta mais de um radical (peixe-boi, bem-ti-vi).
  • c) comuns = que nomeia os seres de um mesmo grupo, nomeando a totalidade (homem, atleta). 
  • d) próprios = nome próprios (Pedro, Carlos, Brasil, Ceará).
  • e) primitivos = não se originam de outra palavra (laranja, pedra, trabalho, árvore). 
  • f) derivados = formam-se a partir de um primitivo  (laranjeira, pedreira, trabalhador, arvoredo).
  • g) concretos = nomeia um ser imaginário ou real, de natureza independente (chuva, saci, cadeira). 
  • h) abstratos =  nomeia uma ação, qualidade ou estado (fuga, bondade, ternura, felicidade). 
  • i) coletivo = indicam um conjunto de seres (batalhão -de soldados-, alcateia -de lobos-). 


Flexão dos substantivos: é uma propriedade que os substantivos possuem de indicar gênero, número e grau. 

-Flexão de gênero = Classificação das palavras Feminina ou Masculina. Como regra geral as palavras Masculinas são marcadas pela desinência -o, e as Femininas por -a. 
Há substantivos que não sofrem flexão para indicar o gênero, sendo chamados de substantivos uniformes
  • Comum de dois = a oposição Mas/Fem é indicada pelo artigo que acompanha (Esse/Essa dentista, Bom/Boa cliente). 
  • Sobrecomuns = designam tanto seres do sexo masculino quanto do feminino, sem que haja marca gramatical para indicar oposição (a vítima -ele ou ela-, a testemunha, a criança). 
  • Epicenos = Designam certos animais com a proposição dos adjetivos macho e fêmea (água macho - águia fêmea).  
-Flexão de número = Singular e Plural, é por meio da terminação que o substantivo nos indica se há um ou mais seres envolvidos. Geralmente o plural dos substantivos é indicado pelo 'S' (árvores, casas, canetas, canecas. Porém, 
  1. há plurais formados por 'NS', quando o substantivo é terminado em 'm' (folhagem - folhagens).
  2. Os substantivos terminados em 'al', 'el', 'ol' e 'ul' trocal o 'L' por 'IS' (varal -varais, tonel- toneis).
  3. Terminados em 'S', 'R' e 'Z' recebem 'ES' (radar - radares). 
  4. Os terminados por 'IL' trocam por 'IS' - nas oxítonas- e 'I' por 'EIS' - não oxítonas (barril - barris, réptil - répteis). 
  5. Os terminados em 'X' são invariáveis (o tórax - os tórax, a xérox - as xérox). 
  6. Os terminados por 'ÃO' trocam por 'ÕES' ou 'ÃES' ou 'S' (barão - barões, pão - pães, irmão - irmãos). 
Plural Metafônico = Alguns substantivos, no plural, trocam o 'o' tônico fechado pelo 'o' tônico aberto (miolo - miolos, fogo - fogos). 

Substantivos que só apresentam a forma plural = Os pêsame, As férias, As núpcias, Os parabéns. 

Plural dos substantivos compostos
  1. Colocação do 'S' nos dois elementos (segunda-feira > segundas-feiras).
  2. Variação só do primeiro elemento quando entre os dois elementos há uma preposição (água-de-colônia > águas-de-colônia, joão-de-barro > joões-de-barro) ou quando o segundo elemento indica a finalidade (caneta-tinteiro > canetas-tinteiro). Nesse caso do segundo elemento representar a finalidade do primeiro cabe também os dois termos ficarem no plural. 
  3. Variação só do último elemento, quando o primeiro elemento é verbo ou palavra invariável (beija-flor > beija-flores, vice-rei > vice-reis), ou quando o substantivo é formado de palavras repetidas ou onomatopeicas (corre-corre > corre-corres). Nesse ultimo caso também se admiti os dois elementos no plural (corre-corre > corres-corres). Há também o caso dos 'grão', 'grã' e 'bel', colocando no plural apenas o segundo elemento (grão-duque > grão-duques, bel-prazer > bel-prazeres). 
  4. Há substantivos compostos que são invariáveis: Os compostos de verbos de significados opostos (o perde-ganha > os perde-ganha), os compostos de verbos seguidos de palavras invariáveis (o bota-fora > os bota-fora, o pisa-mansinho > os pisa-mansinho), os compostos de verbo seguido de palavra no plural (o saca-rolhas > os saca-rolhas). 

domingo, 19 de janeiro de 2020

Fonemas

Conceito de fonema: 
Fonema são as menores unidades sonoras da fala. São os sons que articulados e combinados formam as sílabas. 
Representação dos fonemas: 
Na língua escrita, os fonemas são representados por signos ou sinais gráficos chamados de letras. Chamamos o conjunto de letras de alfabeto.
Algumas características dos fonemas: 

  •  A mesma letra pode representar fonemas diferentes;
  • O mesmo fonema pode ser figurado por letras diferentes; 
  • um fonema pode ser representado por um grupo de duas letras (dígrafo); 
  • Há letras que, às vezes, não representam fonemas; funcionam apenas como notações léxicas;
Classificação dos fonemas: 

VOGAIS = a, é, ê, i, ó, ô, u. 
SEMIVOGAIS = são os fonemas /i/ e /u/ átonos que se unem a uma vogal, formando uma só sílaba. 
CONSOANTES 

**Na língua portuguesa, a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a formação da sílaba. As consoantes e as semivogais são fonemas dependentes: só foram sílabas com o auxilio das vogais. 

Encontro Vocálicos!
DITONGO = É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa, na mesma sílaba. 
TRITONGO = É o conjunto semivogal + vogal + semivogal, formado uma só sílaba (iguais, averiguei).
HIATO = É o encontro de duas vogais fortes, formando sílabas diferentes (do-er, la-go-a). 

Encontros Consonantais! 
*Encontro consonantais é a sequencia de dois ou mais fonemas consonânticos numa palavra. Na mesma sílaba ou em sílabas diferentes. 
DÍGRAFOS = Duas consoantes representando apenas 1 (UM) fonema (ch, lh, nh, rr, ss, gu, qu, sc, sç, xc). 

Exercício
  1. separe as palavras abaixo em 3 colunas: ditongos, tritongos e hiatos:
    equestre - ciúme - radiouvinte - mínguam - fortuito - poético - quaisquer - aquático - reagir - pessoa - guaicuru - averiguou
Ditongos: Ra-di-ou-vin-te, for,tui-to, aquá-ti-co, e-ques-tre, mín-guam. 
Tritongo: a-ve-ri-guou, quais-quer, guai-cu-ru.
Hiatos: Ci-ú-me, Po-é-ti-co, re-a-gir, pes-so-a.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Fichamento: A organização escolar no Brasil Colônia

RIBEIRO, M. L.S. História da educação brasileira: a organização escolar - 17ª ed.- Campinas, SP: Autores Associados, 2001.

*1º capítulo*
A organização Escolar no contexto da consolidação do modelo agrário-exportador (1549-1808)

1. A fase jesuítica da escolarização colonial

A partir das dificuldades encontradas com o modelo das capitanias hereditárias, foi instaurado o Governo Geral. Dentre as novas "propostas" ditadas por Dom João III é a conversão dos indígenas a fé católica pela Catequese e pela instrução. Assim, chegam nas terras brasileiras Tomé de Souza, 4 padres e 2 irmãos jesuítas, com a chefia de Manoel da Nóbrega (Ribeiro, 2001). 
Percebe-se por estes poucos fatos, que a organização escolar no Brasil-colônia está, como não poderia deixar de ser, estreitamente vinculada à política colonizadora dos portugueses (p.18). 
Entretanto, é importante ressaltar que a educação não chegou a se escolarizar, devido a estrutura social primitiva dos índios. Outro ponto que deve ser destacado é a função que a colônia brasileira tinha para Portugal, o qual era a obtenção de lucros e a população da colônia deveria trabalhar para a obtenção de lucros. 
O rápido esgotamento das matas costeiras de pau-brasil, a impossibilidade da população indígena produzir algo que interessasse ao mercado europeu [...] fizeram com que o governo português abandonasse a orientação de colonizar através da ocupação. [...] Obrigatório se tornou empreender a colonização em termos de povoamento e cultivo da terra (p.20).
 Assim, a educação na  colônia foi ditada nesse período a partir dos interesses do mercado, atendendo as conversões das camadas dirigente, no caso a burguesia portuguesa. 

Uma pergunta feita pela autora é: "Caberia aos jesuítas apenas a educação da população indígena ? A quem caberia a educação do outros setores  da população? Outras ordens religiosas ou leigos deveriam disto  se incumbir?" (p.21). Segundo o primeiro plano educacional brasileiro, elaborado por Manoel da Nóbrega há a intensão de catequizar e instruir os indígenas, porém aparece a necessidade de incluir os filhos dos colonos, já que os jesuítas eram os únicos educadores presentes.
O plano de estudos propriamente dito foi elaborado de forma diversificada, com o objetivo de atender à diversidade de interesses e de capacidades. Começando pelo aprendizado do português, incluía o ensino da doutrina cristã, a escola de ler e escrever. Daí em diante, continua, em caráter opcional, o ensino de canto orfeônico e de música instrumental, e uma bifurcação tendo em um lado o aprendizado profissional e agrícola e, de outro aula de gramática e viagem de estudos à Europa (p.22). 
Nesse período também houve o interesse de engajar os mestres religiosos indígenas na fé cristã, por meio da formação sacerdotal católica, entretanto, os índios não se adequaram, o que influenciou na proposição de um curso profissional e agrícola (p.22).
O plano legal (catequizar e instruir os índios) e o plano real se distanciam. Os instruídos serão descendentes dos colonizadores. Os indígenas serão apenas catequizados (p.23).
A catequese não tinha apenas um interesse religioso envolvido, havia também um interesse econômico, pois o índio se tornava um humana mais "dócil", logo alguém que poderia ser melhor aproveitado como mão-de-obra. Vale ressaltar que a mulher tinha uma educação voltada para as boas maneiras e prendas domésticas.
A elite era preparada para o trabalho intelectual segundo um modelo religioso (católico), mesmo que muito de seus membros não chegassem a ser sacerdotes. Isto porque, diante do apoio real oferecido, a Companhia de Jesus se tornou a ordem dominante no campo educacional. Isto, por sua vez, fez com que os seus colégios fossem procurados por muitos que não tinham realmente vocação religiosa mas que reconheciam que esta era a única via de preparo intelectual (p.24).
Assim, a educação oferecida pelos Jesuítas era focada na elite colonial, marcada por grande rigidez, tanto na forma de pensar, como na forma de enxergar ao mundo. Isto tem influência dos movimentos de Reforma e Contra-reforma que ocorreram na Europa, o qual Portugal permaneceu do lado da Igreja Católica, lutando contra a heresia (p.25).
Planejaram, e foram bastante eficientes em sua execução, converter, por assim dizer, seus alunos ao catolicismo, afastando-os das influências consideradas nocivas. É por isso que dedicavam especial atenção ao preparo dos professores - que somente se tornam aptos após os trintas anos-selecionavam cuidadosamente os livros e exerciam rigoroso controle sobre as questões a serem suscitadas pelos professores, especialmente em filosofia e teologia. Um trecho de uma das regras do Ratio diz o seguinte "se alguns forem amigos de novidades ou espíritos demasiado livre devem ser afastados sem hesitação do serviço docente". 

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Tempo e modo verbal

Tempo: Os tempos verbais indicam o momento com que ocorre a ação do verbo (presente, passado, futuro, ... )


Modo verbal: Característica as várias formas como podemos utilizar o verbo, dependendo da significação que pretendemos dar a ele. Há 3 modos: Indicativo, Conjuntivo/Subjuntivo e Imperativo

Indicativo = Ação que provavelmente irá acontecer, uma certeza. 

  • compro 
  • comprei 
  • comprava 
  • comprara (tinha comprado)
  • compraria 
Conjuntivo/Subjuntivo = expressa a dúvida, a incerteza, remotas incerteza. 
  • compres 
  • comprasses 
  • deixe-me comprar
Imperativo = Com ele nos dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que queremos que esta pessoa faça. Pode indicar uma ordem, um pedido, um concelho. 
  • compra 
  • comprai 

Predicado e seus tipos

*Predicado Verbal: informa um processo, uma ação, acontecimento. Por informar um processo, o predicado verbal contém um verbo significativo, ou seja verbo intransitivo ou transitivo.

-As árvores florescem na primavera.

 ¹ As árvores = sujeito simples 
 ² Florescem = verbo intransitivo (por não necessitar de complemento). 
 ³ Florescem na primavera = predicado verbal 
A frase está informando um acontecimento que é o florescimento das árvores na primavera. 

- Os pássaros fizeram seus ninhos no telhado da casa. 

 ¹ Os pássaros = sujeito simples. 
 ² Fizeram = verbo transitivo direto (há necessidade de complemento, mas não necessitam de preposição para ligar o objeto ao verbo). 
 ³ Fizeram seus ninhos no telhado da casa = predicado verbal. 
No  predicado verbal o núcleo é o próprio verbo, o qual pode ser transitivo ou intransitivo. 
*Predicado nominal: Informa um estado, uma característica. Dessa forma, contém um verbo de ligação.  

- A criança ficou fascinada pelo palhaço. 

¹ A criança = sujeito simples. 
² Ficou = verbo de ligação. 
³ Ficou fascinada pelo palhaço = predicado nominal.
⁴  Fascinada = a característica atribuída ao sujeito. A criança fascinada. 

- O calor permaneceu intenso mesmo depois da chuva. 

¹ O calor = sujeito simples. 
² Permaneceu = verbo de ligação. 
³ Permaneceu intenso mesmo depois da chuva = predicado nominal.
⁴  intenso= a característica atribuída ao sujeito. 
Nesse caso o Predicativo do Sujeito é a característica atribuída ao sujeito. Sendo o núcleo do predicado nominal o predicativo do sujeito. 
*Predicado Verbo-Nominal: Informa um processo e um estado. É como se fosse a junção de duas orações, uma com predicado verbal e a outra com o predicado nominal. Contém 2 um verbo significativo (transitivo ou intransitivo) e um verbo de ligação, o qual pode está subentendido. 

- Os meninos voltaram tarde para casa,* cansados. 

 ¹ Os meninos = sujeito simples. 
² Voltaram= verbo intransitivo. 
³ Voltaram tarde para casa, cansados = predicado verbo-nominal.
⁴  * = Verbo subentendido Estava, o qual é de ligação.
⁵ Cansados = característica atribuída ao sujeito. Os meninos estavam cansados.
Nesse caso do predicado verbo-nominal há dois núcleos, o verbo e o predicativo do sujeito. 
Predicativo do objeto: no predicativo verbo-nominal pode aparecer um predicativo do objeto.

- O Rapaz julgava o amigo sincero.
 ¹ O Rapaz = sujeito simples. 
² Julgava = verbo transitivo direto. 
³ Julgava o amigo sincero = predicado verbo-nominal.
⁴  Sincero = característica atribuída ao objeto "amigo". 
O predicativo do objeto tem um sentido ambíguo algumas vezes nas orações, como é o caso do exemplo acima. Além disso, ele caracteriza o objeto e não mais o sujeito, como era o caso do predicativo do sujeito. 

OBSERVAÇÃO.
>  O verbo chamar admiti predicativo do objeto indireto. É o único caso.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Gestão Democrática

HORA, Dinair Leal. Gestão democrática na escola. Artes e ofício de participação coletiva, 1994.

--Democratização das relações organizativas no interior da escola (p.49)

"A gestão democrática em educação está intimamente articulada ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos, de classe, dos trabalhadores, extrapolando as batalhas internas da educação institucionalizadas, e sua apropriação da riqueza e dos benefícios que transcendem os limites da ação da escola."

"A possibilidade de uma ação administrativa na perspectiva de construção coletiva exige a participação de toda a comunidade escolar nas decisões do processo educativo, o que resultará na democratização das relações que se desenvolvem na escola, contribuindo para o aperfeiçoamento administrativo-pedagógico."

"Os que defendem a administração participativa têm como objetivos quatro pontos essenciais:
a) a extração do autoritarismo centralizador; 
b) a diminuição da divisão do trabalho que reforça as diferenças e os distanciamentos entre os segmentos sociais; 
c) a eliminação do binômio dirigentes e dirigidos; 
d) a participação efetiva dos diferentes segmentos sociais na tomada de decisões, conscientizando a todos de que são autores da história que se faz no dia-a-dia"

"Através da administração participativa, o indivíduo passa a assumir a responsabilidade de suas ações, com o poder para influir sobre o conteúdo e a organização dessas atividades."

"Compreendo que a administração participativa não ocorrerá espontaneamente. No âmbito da escola, especificamente, é necessário que seja provocada, procurada, vivida e apreendida por todos os que pertencem à comunidade escolar - diretores, técnicos, professores, alunos, funcionários, pais, comunidade em geral." 

LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional. – 2. ed. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2018. 58 p.

Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público.

No Ensino Superior 
Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional. 

Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha de dirigentes.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Marco legal da Educação Superior: citações

CATANI, Afrânio Mendes; OLIVEIRA, JF de. A educação superior. A organização do ensino no Brasil: níveis e modalidades na Constituição federal e na LDB. São Paulo: Editora Xamã, 2002.


"O art. 207 concretiza, portanto, luta histórica do movimento dos educadores e da comunidade científica em geral em prol da liberdade acadêmica e da autogestão, explicitada no princípio da autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial. Além disso, afirma que essa autonomia deve obedecer ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão"

--Os três pilares do ES se estabelecem para evitar a fragmentação das atividades acadêmicas e a valorização de uma. 

"a) Universidades - caracterizam-se pela oferta regular de atividades de ensino, de pesquisa e de extensão; têm autonomia didático-científica, podendo abrir e fechar cursos e modificar vagas sem autorização, exceto em cursos da área médica (medicina, odontologia e psicologia) e jurídica. 

b) Centros universitários - caracterizam-se por oferecer ensino de excelência (na maioria dos casos não têm pesquisa e extensão); podem atuar em uma ou mais áreas do conhecimento e, a exemplo das universidades, podem criar e fechar cursos e alterar número de vagas, sem autorização, exceto nos casos já indicados. 

c) Faculdades integradas - constituem-se em um conjunto de instituições com propostas curriculares em mais de uma área do conhecimento, organizadas para atuar com regimento comum e comando unificado; oferecem ensino e, às vezes, pesquisa e extensão; dependem da autorização do Poder Executivo para criar cursos. 

d) Faculdades, institutos superiores ou escolas superiores - atuam em geral em uma área do conhecimento; dependem da autorização do Poder Executivo para expandir sua área de atuação; 

e) Institutos superiores de educação – são instituições voltadas especificamente para a formação de professores da educação básica; podem, no entanto, ser organizados como unidades acadêmicas de IES já credenciadas"

Lei de Diretrizes e Bases da Educação - Brasil, 1996

CAPÍTULO IV

DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Art. 43. A educação superior tem por finalidade:

I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares.        

Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:  

I - cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluído o ensino médio ou equivalente;           
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;
III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino;
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.

§ 1º  O resultado do processo seletivo referido no inciso II do caput deste artigo será tornado público pela instituição de ensino superior, sendo obrigatórios a divulgação da relação nominal dos classificados, a respectiva ordem de classificação e o cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para preenchimento das vagas constantes do edital, assegurado o direito do candidato, classificado ou não, a ter acesso a suas notas ou indicadores de desempenho em provas, exames e demais atividades da seleção e a sua posição na ordem de classificação de todos os candidatos.                
§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as instituições públicas de ensino superior darão prioridade de matrícula ao candidato que comprove ter renda familiar inferior a dez salários mínimos, ou ao de menor renda familiar, quando mais de um candidato preencher o critério inicial. 

§ 3º  O processo seletivo referido no inciso II considerará as competências e as habilidades definidas na Base Nacional Comum Curricular.       

Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou especialização.    

Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de avaliação. 

§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento.  

§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências.

§ 3º  No caso de instituição privada, além das sanções previstas no § 1o deste artigo, o processo de reavaliação poderá resultar em redução de vagas autorizadas e em suspensão temporária de novos ingressos e de oferta de cursos. 

§ 4º  É facultado ao Ministério da Educação, mediante procedimento específico e com aquiescência da instituição de ensino, com vistas a resguardar os interesses dos estudantes, comutar as penalidades previstas nos §§ 1o e 3o deste artigo por outras medidas, desde que adequadas para superação das deficiências e irregularidades constatadas.

§ 5º  Para fins de regulação, os Estados e o Distrito Federal deverão adotar os critérios definidos pela União para autorização de funcionamento de curso de graduação em Medicina.   (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)

Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.

§ 1º  As instituições informarão aos interessados, antes de cada período letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições, e a publicação deve ser feita, sendo as 3 (três) primeiras formas concomitantemente:         (Redação dada pela lei nº 13.168, de 2015)

I - em página específica na internet no sítio eletrônico oficial da instituição de ensino superior, obedecido o seguinte:          (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)

a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como título “Grade e Corpo Docente”;           (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

b) a página principal da instituição de ensino superior, bem como a página da oferta de seus cursos aos ingressantes sob a forma de vestibulares, processo seletivo e outras com a mesma finalidade, deve conter a ligação desta com a página específica prevista neste inciso;           (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio eletrônico, deve criar página específica para divulgação das informações de que trata esta Lei;            (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

d) a página específica deve conter a data completa de sua última atualização;          (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

II - em toda propaganda eletrônica da instituição de ensino superior, por meio de ligação para a página referida no inciso I;           (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)

III - em local visível da instituição de ensino superior e de fácil acesso ao público;           (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)

IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, de acordo com a duração das disciplinas de cada curso oferecido, observando o seguinte:           (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)

a) caso o curso mantenha disciplinas com duração diferenciada, a publicação deve ser semestral;           (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do início das aulas;           (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo docente até o início das aulas, os alunos devem ser comunicados sobre as alterações;           (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

V - deve conter as seguintes informações:           (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)

a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de ensino superior;             (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular de cada curso e as respectivas cargas horárias;            (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas em cada curso, as disciplinas que efetivamente ministrará naquele curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação profissional do docente e o tempo de casa do docente, de forma total, contínua ou intermitente.          (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino.

§ 3º É obrigatória a freqüência de alunos e professores, salvo nos programas de educação a distância.

§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas, garantida a necessária previsão orçamentária.

Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular.

§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.

§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação.

§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior.

Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência de alunos regulares, para cursos afins, na hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo.

Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da lei.       (Regulamento)

Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo prévio.

Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de ensino.

Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:         (Regulamento)        (Regulamento)

I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional;
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado;
III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.

Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por campo do saber.        

Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições:

I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino;      
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes;
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de extensão;
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio;
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais atinentes;
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
VII - firmar contratos, acordos e convênios;
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais;
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos;
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas.

§ 1º Para garantir a autonomia didático-científica das universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre:         

I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;           
II - ampliação e diminuição de vagas;             
III - elaboração da programação dos cursos;             
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão;              
V - contratação e dispensa de professores;              
VI - planos de carreira docente.              

§ 2º  As doações, inclusive monetárias, podem ser dirigidas a setores ou projetos específicos, conforme acordo entre doadores e universidades.               (Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017)

§ 3º  No caso das universidades públicas, os recursos das doações devem ser dirigidos ao caixa único da instituição, com destinação garantida às unidades a serem beneficiadas.               (Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017)

Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.       (Regulamento)        (Regulamento)

§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas poderão:

I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponíveis;

II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas gerais concernentes;

III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor;

IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;

V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas peculiaridades de organização e funcionamento;

VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação do Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e equipamentos;

VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho.

§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público.

Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas.

Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional.

Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha de dirigentes.

Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas.        


sexta-feira, 12 de julho de 2019

Fichamento: Introdução do livro: Brinquedos do chão.

PIORSKI, G. Brinquedos do Chão: a natureza, o imaginário e o brincar. São Paulo; Peirópolis, 2016. 

1.0 Introdução 
     1.1 Qual o estudo/pesquisa 

"Este é um estudo que investiga a imaginação do brincar da criança por meio de suas produções material, gestual e narrativa. Como primeiro chão de trabalho, proponho a materialidade do brinquedo e o gesto brincar que se fazem brincadeia ao carregar, como sustentação ou fonte de expressão, um inconsciente: os quatro elementos da natureza". (p.19)

"A materialidade do brincar (água, terra, fogo e ar) abre caminho que desemborcam na substancialidade do imaginar. Os quatro elementos habitam a imaginação, são um código de expressão da vida imaginária. " (p.19)

Fogo: narrativas quente, guerreiras, acolhedores (se intimo) e amorosas. 
Água: "vicejar uma corporeidade fluida, entregue, emocional, saudosa e até melancolica, cheia de sentimentos [...]" (p.20). 
Ar: "Contruir uma materialidade de leveza" (p.20). 
Terra: brincadeiras que possibilitam se enrrauizar na terra, na vida social. 

   1.2 Percursos da imaginação 

"A imaginação, na criança, é como a semente, que, em contato com a água, sai de sua latência, inibie os hormônios anticrescimento e inicia um poderoso processo elétrico, que acorda informações genéticas antiquíssimas com a função de reproduzir, ploriferar, manter-se fiel à vida e à sua organicidade. Especialmente nos brinquedos da terra, a imaginação cumpre essa função, é comprometida em garantir o devir, o aprofundamento da criança em suas raizes simbólicas, ancestrais, familiares, comunitárias e telúicas (natureza)" (p. 26-27). 

"Na infância, o trabalho, o labor imaginário, é criar imagens contínuas ligadas ao inicio das coisas, à estrutura do mundo, à grandiosidade dos fenômenos, à força e ao peso dos acontecimentos, aos elementos promordiais que constituem a vida (água, terra, fogo, ar) e, pricipalmente, ligadas ao mistério dos nascimento e morte de tudo" (p.27). 
**Para o Piorski, o imaginár, o brincar é um trabalho, é algo de fundamental importancia para a criança. 

"Para melhor alcaçamos a criança, devemos compreender que a imaginação é um mundo" (p.29)

"Neste estudo, imaginação e natureza reúnem-se numa cosmologia do brincar. A expreiência do mundo natural é espelho de calhas oceânicas do imaginar. A criança encontra-se com a natureza, a vida social, as matertias do adulto (oncluido seus gestos), os artefatos e a imateriadade da cultura, para realizar a tarefa imaginária atemporalde desmancharo mundo ou, num dizer alquímico, corrigir natureza. A criança, com sua capacidade de fabular, é impulsionada a recriar o real e o irreal" (p.31). 

domingo, 14 de abril de 2019

Síntese das principais ideias de política educacional

      Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia  como requisito para nota da disciplina Política Educacional

      Para se entender as políticas educacionais, segundo Faceira (2000), é importante saber a influência do capital e do trabalho nas políticas sociais, uma vez que as políticas sociais surgem como um mecanismo, usado pelo Estado, para regular e controlar as contradições geradas pelo capitalismo na sociedade. A autora também aponta que as políticas sociais surgem com o objetivo de suprir as necessidades básicas dos indivíduos, além de manter a hegemonia do sistema capitalista. 
      Com o trabalho se tornando específico, a partir da revolução industrial, e a renovação constante das novas tecnologias, Faceira (2000) afirma que os trabalhadores necessitam se adequar às novas realidades de trabalho. Entretanto, com as desigualdades sociais e o difícil acesso à educação, as políticas sociais se fazem fundamentais, além de serem um direito. Porém, no Brasil essas políticas não foram eficazes durante a década de 90, em que possuíam caráter assistencialista, pois não mudaram a realidade de quem era atendido. 
A autora também relaciona as políticas educacionais com os valores neoliberais que cresceram na década de 70 e 80 no mundo todo. Podemos compreender o neoliberalismo como “um conjunto de regras práticas de ação, em que a ideia de construção de um Estado forte está associada à de condições necessárias à expansão do mercado e da livre economia.” (Faceira, 2000, p. 2). Ou seja, esse conjunto de regras tem como objetivo principal desenvolver o mercado. Além disso, segundo Faceira as políticas sociais são vistas como algo anti-produtivo, ineficiente e utilizando da crise como um motivo para afastar essa obrigação do Estado e aproximá-la das instituições privadas. 
    No livro Política Educacional, organizado por Shiroma (2004), as autoras Maria Célia Moraes e Olinda Evangelista aprofundam-se detalhadamente na influência do neoliberalismo nas políticas educacionais. Elas mostram de forma clara porque a Conferência Mundial de Educação para Todos (Jomtien) visava apenas à educação básica. 
Segundo  Shiroma et al (2004), no contexto neoliberal a educação deve estar voltada para o mercado. Isso quer dizer que não existe um compromisso com a mudança social. Faceira (2000) também nos lembra do caráter transformador e ideológico da educação, citando Gramsci, afirmando que a educação é um dos aparelhos hegemônicos e ideológicos do Estado (p. 4). É nessa perspectiva que as políticas educacionais são tão fundamentais para a sociedade capitalista, pois elas contribuem para a formação e qualificação da mão de obra, logo contribuem para o desenvolvimento do mercado, quando realizadas da maneira “correta”. 
      Por isso podemos justificar o interesse tão expressivo de organizações internacionais na educação, como a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) e, sobretudo, o Banco Mundial. Leher (1999), em seu artigo “Um novo senhor da educação? A política educacional do Banco Mundial para a periferia do capitalismo”, nos mostra, a partir da fala do presidente do banco, McNamara, que a pobreza deve ser combatida, pois não favorece os negócios. Assim, fica evidente que o objetivo do Banco Mundial não é a transformação da sociedade, mas apenas desenvolver o capital humano. 
 Além disso, para a efetivação dessas políticas sociais voltadas para o mercado, os governos neoliberais utilizam também, segundo Faceira (2000), a desculpa da crise do Estado, afirmando que o Poder Público não é eficaz, propondo como solução um  distanciamento da obrigação do Estado com as políticas sociais, por meio das parcerias dos setores públicos com as empresas privadas, com escolas chamadas de cooperativas ou comunitárias. Vale ressaltar a relação preocupante desse discurso de privatização com a educação de nível superior. Shiroma et al (2004) reforçam que as propostas das entidades internacionais para o ensino superior estão diretamente ligadas com o sistema produtivo e a capacitação de recursos próprios. 
  No Brasil foi possível perceber, segundo Shiroma et al (2004), os impactos das propostas internacionais na nossa educação dos anos 90. As autoras destacam que o governo do presidente Collor foi influenciado por Margaret Thatcher, a qual adotou um governo neoliberal com privatizações,  flexibilização e o estado mínimo.  
No contexto brasileiro as autoras salientam a reforma da educação básica, que 

embora não se tenha alcançado a universalização do fundamental, considera-se desnecessário expandir a rede pública de ensino alegando que para revolver devidamente essa questão é prioritário melhorar a articulação entre o governo federal, os estados, os municípios e as ONGs. (Shiroma et al, 2004, p. 90)

     Mais uma vez podemos perceber o discurso da privatização, destituído do Estado a obrigação de cuidar da educação, deixando a cargo das instituições privadas. Ademais Leher (1999) critica essa descentralização administrativa e financeira, onde a União repassa as suas atribuições para os Estados e Municípios, ocasionando, para o autor, um empobrecimento da educação, no sentido científico e filosófico.  
    Diante dessa perspectiva é possível perceber o quanto a educação está relacionada com os interesses da sociedade capitalista, para manter a hegemonia das classes dominantes, quando o objetivo é somente qualificar o trabalhador. Faceira (2000) acentua que esse contexto contribui para a  formação de “indivíduos competitivos, individualistas, disciplinados e polivalentes” (p. 6), ou seja, o trabalhador submisso que não busca seus direitos. Além disso, a ideia de meritocracia é difundida, pois “o capitalismo atual é justo com aqueles que souberem se qualificar corretamente” (LEHER, 1999). 
    Entretanto, mesmo com as afirmações desmotivadoras colocadas, é concebível sim em um contexto neoliberal a construção de uma alternativa democrática da educação, porém, para que isso seja possível é necessário que o foco da educação pública não seja, apenas, a formação para o mercado, mas sim para a vida em todos os seus vastos conceitos (FACEIRA, 200). 

REFERÊNCIAS 

FACEIRA, Lobélia da Silva - Estado, Política Educacional e Cidadania: política educacional no contexto neoliberal. In: Revista Universidade e Sociedade, Nº22 - ANDES, Sindicato Nacional dos Docentes de Nível Superior, Brasília - DF, 2000. 

LEHER, Roberto. Um novo senhor da educação? A política educacional do Banco Mundial para a periferia do capitalismo. In: Revista Outubro, Edição 3º, pg. 19-30, Rio de Janeiro -RJ, 02/1999. 

SHIROMA, Eneide Oto (organizadora); MORAES, Maria Célia e  EVANGELISTA, Olinda. Política Educacional. 4º Edição, Rio de Janeiro: DP&A, 2004. 



урок тринадцатый (13º lição)

1. кто, что. (Quem e o que) 

кто (quitó) - Deve ser usado para substantivos animados;
что (Shitó) - Deve ser usado para substantivos inanimados. 

Exemplos: 
  • Кто это? Это мой отец. (Quem é *esta pessoa*? - É o meu pai.) 
  • что это? Это книга.  (O que é isto? - Isto é um livro.) 
*Incorporado a partir do contexto, não está escrito em russo na frase "esta pessoa", pois na língua russa não se usa verbos de ligação. 

2. O gênero dos substantivos
  • Pode ser identificado a partir do gênero do substantivo, como no caso de брат, невец, бык (irmão, cantor e boi), palavras do gênero masculino. Cестра, певица, корова (Irmã, cantora e vaca), são palavras do substantivo feminino. 
  • Lembrando que na língua russa há 3 gêneros, o masculino, o feminino e o neutro. Quando não relacionado com o "sexo" da palavras eles podem ser identificados a partir da terminação: 
Masculino: 


Terminação
Consoante
йConsoante + ь
Exemplo
столчайпуть**
**Caminho 

--É possível encontrar também substantivos masculinos terminado em a e я, po´rem eles devem designar sempre pessoas, podemos reconhecer facilmente pelo sexo: Болодя (diminutivo de Владимир -Vladimir-).

Feminino: 

Terminação
я
consoante + ь
Exemplo
страна*
Земля**
Тетрадь***
*país 
**Terra
***Caderno 

--Como é possível perceber tanto para os subs. masculinos quanto os femininos existe a possibilidade de terminarem com uma consoante + ь, porém existem algumas combinações que são exclusivas dos subs. femininos, que seriam elas: жь, чь, шь, щь, сть, com exceção da palavra гость (visita) a qual é masculina. As demais combinações devem ser decoradas, pois vão variar de palavra para palavra (infelizmente). 

Neutro:

Terminação
OE
Exemplo
словоморе

3. Texto

Tradução: 
I. Professor Ivanov vai a cooperativa agrícola. 

     O professor Ivanov vai (por meio de um transporte) a cooperativa agrícola Amanhecer. O caminho por qual vai é reto. O automóvel vai rapidamente. O professor olha a esquerda e depois para a direita. A esquerda há o campo. Aqui (na esquerda) cresce batatas e cenoura. A direita também há um campo e um rio. Lá tem um trabalha (funciona) uma estação hidroelétrica. 
    Agora é verão. Faz calor. O sol brilha claro. A cooperativa agrícola Amanhecer recolhe a colheita. A maquina segadora debulhadora trabalha. 
    O caminho vai reto. A aldeia já está próxima. Está perto a escola, a sala de leitura e o clube. O professor Ivanov vai a cooperativa agrícola Amanhecer. 

II. Fazendo perguntas e respostas (?) 

-Isto é o trigo? 
-Sim, isto é o trigo. 
-Lá também é o trigo? 
-Não, lá não é o trigo, é o centeio. 
-O que cresce a esquerda? 
-A esquerda cresce batatas. 
-O que cresce a direita? Também é batatas? 
-Não, aqui não cresce batatas (aqui batatas não cresce). Aqui cresce cebola, lá cenoura.