quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A diferença entre Alfabetização e Letramento


Alfabetização e letramento: conceitos e relações / organizado por Carmi Ferraz Santos e Márcia Mendonça. 1 ed., 1 reimp. – Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

1.0 Os Conceitos
1.1 Alfabetização
    Logo no início, Albuquerque, conceitua alfabetização, a qual é vista como “o ensino das habilidades de ‘codificação’ e ‘decodificação’ ”(p.11). O ato de alfabetizar, em meados do século XIX, passou a ser uma função da escola, consequentemente foram se desenvolvendo métodos para que a alfabetização se concretizasse. A autora cita dois métodos, o sintético (silábico ou fônico) e o analítico (Global), os dois, segundo a escritora, padronizaram a forma de aprender a ler e a escrever. Essa padronização dos métodos (sintético ou analítico) fica bem clara nos livros didáticos e nas cartilhas de ABC, que foram utilizadas nas escolas brasileiras. Assim, Alfabetizar ensinar a decodificar o sistema de escrita alfabética.

1.2 Letramento 
      O termo Letramento, de acordo com Albuquerque apud Soares (1998) é “ um conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito” (p.16). Desse modo, podemos afirmar que letramento é a mediação para o contato dos estudantes com o mundo letrado, mundo que ele está inserido desde que nasceu, porém ainda não compreende. 

2.0 Implicações 
      Alfabetização e letramento são ações que estão relacionadas, porém, são diferentes e podem acontecer em momento distintos. O ensino tradicional de ler e escrever, com o foco inicial em apenas decodificar as letras, depois nas sílabas, em seguida nas palavras, para por fim ler, segundo a escritora, não vai garantir a formação de estudantes leitores e escritores (p.18). Isso se justifica porque o aluno sozinho não irá perceber como utilizar a escrita alfabética apenas com o auxílio da repetição das sílabas. É necessário, segundo a autora, a reflexão sobre a ação de leitura e escrita, fazendo os estudantes perceberem que essas ações estão ligadas com práticas sociais, para a formação de um estudante leitor, escritor e orador ativo. 
       Ademais, a partir do depoimento das professoras e de Graciliano Ramos, em seu livro, é possível perceber que a utilização das cartilhas, muitas vezes, não eram eficientes, pois a leitura autônoma não se concretizava, em razão do aluno apenas decodificar as sílabas. Além disso, esse processo de alfabetização chegava a ser traumatizante, uma vez que se baseava em atividade repetitivas, a professora Danielle Félix coloca em seu relato que achava uma chatice fazer as atividades em casa com sua mãe, nos evidenciando que essas atividades não tinha significado para a criança.

3.0 Conclusão 
          Nesse contexto, ainda é papel da escola, oportunizar a alfabetização e o letramento no mesmo momento, ou seja, segundo Soares (1998, p.48) apud Albuquerque (p.18), alfabetizar letrando. Com o objetivo de desenvolver a leitura e a escrita autônoma. A autora propõe 3 atividades que as professores podem realizar com as turma de alfabetização, são elas: A reflexão sobre a propriedade das palavras, a comparação das palavras e a exploração de rimas e aliteração. Essas atividade podem acontecer tanto durante a leitura de um texto como também na produção escrita, buscando sempre, para além do decodificar.
         Esse artigo é uma leitura fundamental para todos os professores em formação, visto que permite uma reflexão sobre o ato de leitura nos ambiente da escola, ação a qual deve ser para a vida e não apenas para serem utilizadas na escola. 

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